Cristina Sánchez e o futuro de Tomás Bastos: “tem que trabalhar, trabalhar, trabalhar, mas, acredito que pode chegar longe”, referiu.
Texto: Francisco Potier Dias
Fotografia: Rute Nunes e Carlos Pedroso
Aos 2 de junho de 2024, decorreu no castiço e aficionado espaço da Tertúlia Lezíria em Vila Franca de Xira, um jantar e tertúlia de antevisão da corrida de dia 7 de julho, “Domingo de Colete Encarnado”, mais uma iniciativa promovida pela Associação de Tertúlias de Vila Franca de Xira, no âmbito da dinâmica “A Caminho do Colete”.
Esta iniciativa contou com a presença de mais de meia centena de tertúlianos e de alguns dos protagonistas do cartel de dia 7 de julho, tendo havido espaço a perguntas do público, após a antevisão, moderadas pelo aficionado António Lúcio.
Na antevisão da corrida, foi consensual entre a empresa e os protagonistas, presentes, as grandes expectativas e motivação para honrar e esgotar a Palha Blanco no próximo domingo, tendo ainda assim, deixado a analise da corrida pela “rama” do habitual, não aprofundando os temas como o ambiente exigia e pretendia.
Dada a palavra às tertúlias, foram colocadas algumas questões pelos aficionados de Vila Franca, tendo muitas outras ficado por “conversa de mesa”, nomeadamente, quanto à constituição do cartel, destacando a ausência de um matador de toiros, dado o Tomás ser apenas novilheiro, tendo sido dado enfoque, também na “categoria” dos toiros e da necessidade de criação de ambiente e respeito por Vila Franca e pela Palha Blanco.
Terminada a antevisão os intervenientes e dinamizadores deste agradável serão, prestaram breves declarações à “Tauromaquia.com.pt”, abordando a corrida, o estado da tauromaquia, bem como, outras questões relevantes.
Trata-se de uma das mais simbólicas festas do nosso Ribatejo e do nosso mundo rural… O Colete Encarnado em Vila Franca de Xira, acompanhe esta nossa jornada, viva connosco a Tauromaquia como um todo.
Por fim, recorde-se que a 7 de Julho, pelas 18:00, actuarão, na Palha Blanco, os cavaleiros João Ribeiro Telles e Francisco Palha, o novilheiro Tomás Bastos e ainda os forcados amadores de Vila Franca de Xira.
Nesse sentido, lidam-se touros de David Ribeiro Telles e novilhos de Paulo Caetano na corrida do Colete Encarnado.
No evento esteve Cristina Sánchez, ex-matadora de touros e apoderada do novilheiro Tomás Bastos, que concedeu declarações ao Tauromaquia.com.pt, com os olhos no futuro.
- Cristina Sanchez
Cara Cristina, antes de tudo é um gosto e uma honra estar consigo.
Sendo uma figura do toureio mundial e tendo uma visão íntima da tauromaquia espanhola, gostaríamos de saber qual a sua opinião e visão sobre a tauromaquia portuguesa ?
Sabe, eu gosto de olhar a tauromaquia como um todo, a espanhola, a portuguesa, a francesa, a sul americana, toda una!
E neste sentido, cada uma tem as suas valências e defeitos, mas, o essencial, é nunca desistirmos da cultivar em momentos como estes, de a defender e sobretudo de a valorizarmos.
Naturalmente a tauromaquia portuguesa tem particularidades imensas como os forcados, que lhe dão grande emoção, tive a sorte de tourear variadíssimas vezes em Portugal e sentir a ligação e emoção do público ao espetáculo… nunca se desista de fomentar a tauromaquia .
Pegando na questão da tauromaquia portuguesa, sendo a apoderada do novilheiro Tomás Bastos, para si, qual a principal característica que o distingue dos restantes e que ensinamentos e perspetivas tem para a carreira dele?
O Tomás é um jovem, tem que trabalhar, trabalhar, trabalhar, mas, acredito que pode chegar longe. Toureia desde miúdo, tem um dom natural, como costumo dizer, no entanto, tem que crescer, tem que ganhar valores, tem que trabalhar e mostrar ao público que merece oportunidades como esta. Mas, só há uma forma…. Trabalho, trabalho e trabalho, aí, juntamente com o talento dele… será toureiro.
