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Terça-feira, Fevereiro 18, 2025
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Salvaterra de Magos: “Se fosse hoje… não morria o Conde dos Arcos”

Aos 26 de Julho de 2024 abriu pela segunda vez na temporada a praça de Salvaterra de Magos, esta Praça, inaugurada em 1920, celebre pelas Touradas Reais, nos tempos de outrora, onde reza a lenda faleceu o jovem Conde dos Arcos, perante um toiro bravo, conforme nos canta o fadista Rodrigo Bueno no celebre fado “Tourada Real”.

Texto: Fraancisco Potier Dias
Fotografias: Carlos Pedroso

Atualmente conta com uma Afición local dedicada, que raras vezes, não enche “até à bandeira” esta castiça praça, dando hoje cerca de 3/4 de casa.

Um cartel digno, com duas das principais figuras da última década da Tauromaquia Portuguesa, João Moura Jr e João Telles Jr e o “nome mais pesado” da nova geração António Telles Jr.

Abrilhantaram ainda a noite os Amadores da Chamusca, que celebram esta época 50 anos da sua fundação, o Aposento da Chamusca, que celebra este ano os seus 40 anos de fundação e a Clube Taurino Alenquerense.

Rematou esta noite, o dono e senhor, um curro de 6 Prudêncio, que pautaram pela apresentação, mas, de comportamento díspar, como melhor irei abordar.

Dirigiu a corrida Ricardo Dias, assessorado por José Luís Cruz.

Abordando, como manda a educação, por antiguidade de alternativa, falar-vos-ei de João Moura Jr, natural de Monforte e dono e senhor de um toureio poderoso, de reuniões ajustadas e bregas a duas pistas e de grande ligação ao público, como tradição da casa Mourista, tendo hoje de companhia desde a teia, seu pai João Moura.

O ginete de Monforte trouxe a Salvaterra de Magos, no seu primeiro da noite um Prudêncio com 620 Kg, em curtos, desenhou com estes seus companheiros uma lide valorosa, com detalhes, mas a ter que tourear nos terrenos do toiro, resultando numa cravagem algo desajustada, em especial o seu primeiro curto, ainda assim, a resultar em algum sumo, sobretudo pelo esforço.

Dar justiça que, também por culpa da falta de transmissão, mansidão e distração constante do toiro que teve em sorte, apostaria nalguma falta de vista, do seu oponente.

Referir, ainda que, teve o azar de o primeiro do seu lote se ter desembolado tendo alterado a ordem de saída.

Na sua segunda atuação da noite, perante um toiro de 585 kg, bordou o toureio, bregas a duas pistas ajustadas, curtos de praça a praça, a permitir a entrada do toiro, leu bem o seu oponente e hoje não brindou o publico a já habitual “Mourina”, uma sorte em que cita o toiro com a garupa do cavalo, fazendo uma rotação ao sair do toiro e procurando reunir o o mais ajustado possível.

Seguiu-se, por antiguidade, o cavaleiro João Ribeiro Telles Jr, natural de Coruche e fruto da dinastia Ribeiro Telles, é neste momento o mais versátil e “transfigurado” dos Telles, dono e senhor de um toureio moderno, com uma quadra de luxo e uma ligação ao público construída desde sempre, notória, é sem dúvida uma das referências desta temporada e da última década, hoje consigo em Salvaterra seu pai e Cavaleiro Tauromáquico retirado, João Ribeiro Telles.

Veio até Salvaterra, confiante depois de um triunfo redondo na Nazaré, e não defraudou, saiu à praça, perante um Prudêncio com 685kg, e desenhou nesta sua primeira lide, uma atuação valorosa, ainda que com pouco brilho, abrindo praça de porta gaiola, com o toureiro e o cavalo focados na porta dos sustos, apesar der ter havido necessidade de alterar a porta de saída, por duas vezes, facto que, condicionou e atrasou toda a lide… o restante desta primeira atuação, seguiu sem alaridos, a cravar ao estribo e com valor, ainda assim, notório o comportamento de mansidão, adiantando-se muitíssimo e sem força para dar emoção, tendo ainda assim, apertado com o cavaleiro da torrinha, sabendo este com sabedoria sair do aperto! Volta negada ao cavaleiro da Torrinha nesta sua primeira lide.

Na sua segunda lide e na gana de triunfar, vinha cheio de “Ginja” e certo é que levou consigo o Prudêncio de 605kg e fez dele quanto queria, tanto na brega, quanto na cravagem, ao gosto do ginete da torrinha, levando consigo o público, procurando aquecer a noite que já ia fria.

Rematou a lide com o já afamado ilusionista, e as suas valorosas, ainda que questionáveis, reuniões com dupla batida, que fizeram a praça de Salvaterra soltar uma das maiores ovações da noite, terminando assim em sorriso e acenos, a sua passagem em salvaterra.

Fecha esta noite, o cavaleiro António Telles Jr, também natural de Coruche e fruto da dinastia Ribeiro Telles, veio a Salvaterra nesta que é a sua primeira temporada pós a alternativa, apoiado desde a teia, por seu Pai António Ribeiro Telles.

Veio até Salvaterra, confiante depois de uma boa prestação na abertura de temporada do Campo Pequeno, tendo por diante um Prudêncio com 640kg.

Face a este “desafio”, nesta sua primeira lide, desenhou uma atuação correcta, assertiva, sem grandes brilhares, a cravar ao estribo e com valor. Ainda assim, sem se ligar muito ao seu oponente nem ao público, muito por culpa de, mais um, exemplar de Prudêncio sem pitada de bravura, disponibilidade ou entrega.

Na sua segunda lide e com vontade de “andar para a frente”, tudo fez para levar de vencido o Prudêncio de 600 kg e fez dele quanto podia, toureando pela direita, pela esquerda, ainda que sem conseguir grande emoção dada, novamente, a ausência de investida brava ao toiro, indo pelo seu caminho sem dar brilho às sortes. Ainda assim, chegou ao público e saiu em bom plano!

No que a Toureio de Jaqueta e meia branca, que é como quem diz, à arte de Pegar, tivemos uma noite de emoções.

Do que ao GFA da Chamusca diz respeito, abriram praça, pelo forcado João Narciso, frente ao toiro fez tudo bem, perante um manso, pesado e fresco, consumou à terceira tentativa, com o grupo a fechar com galhardia após na primeira e segunda tentativa não ter suportado os derrotes do toiro, que fugindo ao grupo, impediu que se consumasse. No segundo e último desta formação, em praça o forçado Miguel Santos, que num ato de respeito brindou a sua pega aos restantes grupos em cartel! De frente ao toiros, esteve com rectidão, temple e galhardia, alegrando a investida e reunindo com emoção, aguentado uma viagem pelo alto, com o grupo a abrir, mas a rectificar bem nas terceiras ajudas, permitindo consumar à primeira tentativa e com emoção.

Do que ao GFA.Aposento da Chamusca diz respeito, abriu praça o cabo desta formação, João Saraiva, tendo estado bem de fronte ao toiro, sendo surpreendido pela saída repentina do oponente, tendo recuado, dentro do que pode e reunindo com galhardia, aguentando depois uma viagem com derrotes duros, tendo o grupo fechado com coesão e oportunidade. Para fechar a noite para esta formação, esteve na cara Vasco Coelho dos Reis, filho do antigo Cabo Pedro Coelho dos Reis, na sua primeira tentativa esteve irrepreensível, citando bem, reunindo com galhardia e aguentado a viagem, com uma grande primeira ajuda do forçado Daniel Feijoca, porém, o grupo entre as segundas e as terceiras não suportou um derrote para o esquerdo e abriu, não permitindo consumar a pega. Na segunda tentativa, após a reunião este exemplar prudêncio não deu hipóteses e despachou todo o grupo. Consumou à terceira tentativa com tudo bem feito pelo forcado da cara e uma valorosa primeira ajuda!

Do que ao GFA. CT Alenquerense diz respeito, abriu praça o Forcado Joaquim Brás, tendo citado mais de meia praça o rabo do toiro, tendo que carregar nos terrenos do toiro, conseguindo sacar-se e reunir com galhardia, não tendo, no entanto, braços para suportar as impetuosas mangadas de mansidão, na sua primeira tentativa. Na segunda tentativa, o forcado da cara consegue uma reunião cheia de vontade, fazendo de tudo para aguentar a viagem, tendo suportado “uma parvoíce” de derrotes, faltando grupo! Consumou à terceira tentativa, a sesgo e com o grupo todo carregado, tendo ainda assim, o grupo aberto após a reunião, mas bem o forcado da cara a emprega-se e a aguentar até o grupo fechar!
Para fechar a noite em praça o forcado Diogo Trindade, tendo estado correcto de frente ao toiro, recuando bastante, acabando por reunir já com o toiro a humilhar muito, tendo sofrido um derrote no chão que aguentou, entrando grupo a dentro, ainda tendo o grupo aberto, mas, conseguindo consumar à primeira tentativa.

Durante o intervalo foi entregue pela comissão de gestão uma lembrança relativa ao aniversário dos grupos!

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