Cabo do Aposento da Moita lamenta número reduzido de corridas, em declarações prestadas no final da corrida de ontem nas Caldas da Rainha.
Texto: Rui Lavrador
Entrevista e Fotografia: Nuno Almeida
A Praça de Touros das Caldas da Rainha acolheu, este domingo – 28 de Julho, a primeira corrida de touros da sua temporada.
O cartel contou com os cavaleiros Manuel Telles Bastos, João Salgueiro da Costa e Joaquim Brito Paes. As pegas ficaram a cargo dos forcados amadores do Aposento da Moita e Caldas da Rainha. Num concurso de ganadarias, lidaram-se exemplares de (por ordem de saída): Falé Filipe, Fontembro, Fernandes de Castro, Vinhas, José Luís Cochicho e Prudêncio.
Leonardo Mathias, cabo do Aposento da Moita, prestou declarações ao site Tauromaquia.com.pt e fez um balanço da corrida e da prestação do grupo que lidera.
“Foi uma tarde agridoce. No primeiro touro, de Falé Filipe, que cumpriu bastante bem, o forcado da cara não esteve ao seu nível e nos melhores dias, lesionou-se no ano passado, está a voltar este ano e o pegar em praça envolve muita situação e portanto a coisa não correu como queríamos. No segundo touro, foi o Martim Cosme Lopes, um forcado bastante experiente e a pega correu bem, fez as coisas como deve ser, com calma, esperou pelo touro, um touro de Fernandes de Castro muito bom, para mim um dos mais bravos da corrida. Fechámos a corrida com um touro muito sério, muito difícil, que não entrava pelo forcado, dava umas cabeçadas com a testa e o forcado esteve muito bem, é um jovem valor do grupo, o António Lopes Cardoso, teve com uma determinação espectacular, uma calma fora do normal para a idade dele e para os touros que tem pegados, este foi o seu terceiro touro, e acho que ele esteve francamente bem, apesar de ter pegado à segunda, mas era um touro muito difícil de pegar. Portanto, o resumo é agridoce, não correu como queríamos, mas há dias assim“, afirmou.
Quanto ao resto da temporada, deixou algum lamento pela falta de corridas marcadas para o seu grupo.
“Ambição para o resto da temporada era fazer mais 10 corridas, mas infelizmente o panorama como está e da maneira que está, é-nos completamente impossível. O que temos agendado são duas corridas, na Nazaré e depois na Moita, na corrida dos 6 touros, e de facto faz-nos falta corridas para podermos rodar. É um processo bola de neve. Há menos corridas, há 40 grupos de forcados, cada vez mais os interesses falam mais alto que o mérito, e portanto vemo-nos numa situação muito complicada e não sei em que caminho é que isto vai, mas cá continuamos com o mesmo valor e vontade de pegar touros e de honrar a história do grupo“, destacou.