Oito vantagens de Diego Ventura voltar no Montijo, dia 12 de abril, na Praça de Toiros Amadeu Augusto dos Santos, serão aqui enumeradas e explicadas, com muita tinta a correr até este dia tão aguardado.
Diego Ventura é um dos mais conhecidos cavaleiros tauromáquicos a nível internacional, considerado até como um dos melhores rojoneadores de todos os tempos. Apesar de não vir a Portugal a algum tempo, é português, e é acarinhado pelo público da sua nação de uma forma muito própria. O seu estilo é uma das fontes deste carinho, com uma ligação estreita entre cavalo e cavaleiro que leva a sortes de extrema elegância e precisão, mas com fator risco como pouco se tem visto nas últimas temporadas, e o público anseia por mais. Apesar de rumores e suposições sobre quando iria voltar a Portugal e em que praça, a empresa Toiros com Arte revelou a grande novidade no dia 10 de janeiro: Diego Ventura volta a Portugal em 2025 e será na Praça de Toiros Amadeu Augusto dos Santos, no Montijo! Tudo a 12 de abril pelas 16h! E desta maneira, uma corrida que podia passar despercebida na temporada, torna-se um evento, com peregrinação de vários pontos do país para avistarem o toureio do rejoneador.
As reações nas redes sociais e nas conversas informais e formais entre aficionados e sites da área foram gigantes, mas nada comparado com a venda de 1000 bilhetes logo no primeiro dia em que estiveram disponíveis na Ticketline, no dia 30 de janeiro. Um feito inédito na venda de bilhetes para espetáculos taurinos e que irá ecoar no resto da temporada.
Por isso, descrevo aqui as oito maiores vantagens de termos Ventura em Portugal esta temporada, mais especificamente no Montijo.
- Um protagonista há muito ansiado
Sendo um dos maiores rejoneadores, a sua presença tem um gabarito mediático e de aura, que poucos iriam conseguir trazer. Ainda para mais, conseguiu vender mil bilhetes sem o típico marketing tauromáquico que tem levado pessoas às praças na mais recente memória: não é o seu último “rodeo” nem é o seu regresso “por mais uma noite” após se ter aposentado. É uma aparição, até ver, esporádica e que não se sabe se terá sequelas.
- A dúvida sobre a sequela do filme
Ventura deixa no ar uma mística sobre quando voltará a aparecer em terras lusas, porque nada está definido ainda. Devido às redes sociais e à capacidade de um aficionado ver mais corridas ou vídeos e fotografias nas redes sociais, algumas figuras perderam a aura que os tornava autênticas celebridades. Como, aliás, todas as celebridades de todas as artes. Mas esta mística dúvida no ar terá a sua devida importância para esgotar os restantes lugares, com bastante margem de tempo ainda.
- A arte de rejonear está viva e recomenda-se
A entrega do rejoneador e risco que apresenta começam a ser inéditas. Mesmo as lendas que passam por Portugal têm vindo mais a fazer turismo nesta longa praia lusitana do que a apostar no risco. As lides a que Ventura nos habitua contribuem para uma melhoria da afición, no que toca a compreender que a ilusão das lides de sonho ainda pode ser transmitida aos aficionados. A adicionar, também está a questão da precisão. Entregar uma lide com um elemento de espetáculo pode cair em desuso por ter uma distância do toureio a cavalo tradicional, mas quando existe espetacularidade e precisão técnica tudo pode acontecer. Cria-se assim um carisma para que as lides fiquem na memória do público e não seja apenas “mais uma corrida”. E esta praça precisa desta lufada de ar fresco, pela importância dos aficionados locais e porque é uma praça chamativa para muitos que vêm de longe e que não vão ao Campo Pequeno, por exemplo. Muitos aficionados alentejanos deslocam-se com mais facilidade ao Montijo, e deslocarem-se para ver uma autêntica figura irá permanecer nas suas memórias. Mal comece o ladear de Ventura, não se esquecerão!
- (A)Ventura numa cidade que pode vir a ter vida novamente
A praça do Montijo comporta algumas características próprias. Fica dentro da cidade como acontece em tantas praças, mas é de notar que o Montijo tem um grande complexo comercial (Alegro Montijo) que atrai muitos visitantes que não se deslocam à cidade nem consomem na sua restauração e demais comércio local. Com uma corrida mediática deste género, existe a possibilidade de restaurantes, lojas e hotéis beneficiarem de mais visitantes e mais vida. Presumo que a praça trará movimento à localidade, contrariando a tendência de se ir ao centro comercial e, em menos de nada, o centro de vida e visitantes voltará a ser a cidade em si. Oxalá que os comerciantes estejam à altura deste desafio na qualidade e rapidez, para os aficionados voltarem em maior número e consistência.
- Renascimento da afición montijense
A afición montijense está desperta, mas com menos fulgor do que nas localidades da Margem Sul mais próximas, sendo estas os titãs Moita e Alcochete, com associativismo tauromáquico e iniciativas municipais omnipresentes no quotidiano. A Moita tem um caráter fortíssimo a nível de toureio a pé, e Alcochete é uma das terras onde os forcados são os grandes heróis da tradição popular. Por isso, o Montijo pode voltar a descobrir que a sua afición está muito próxima ao toureio a cavalo e assim demarcar-se das outras duas localidades através desta perspetiva. Mesmo em freguesias do concelho, algumas tradições tauromáquicas perderam-se como largadas e vacadas. Resumem-se a algumas festas em volta da praça e isto leva as gerações mais novas a não terem um contacto tão profundo com a cultura taurina. Mas esta reinvenção, e com Ventura como o grande impulsionador nesta noite ideal, pode voltar a mostrar o que sabemos: que Montijo tem afición!
- Números, porque também importam!
A Praça de Toiros Amadeu Augusto dos Santos é uma das maiores, sendo uma praça de primeira categoria e o Montijo continua a ser aficionado com tertúlias e grupos de forcados. Mas a sua dimensão enorme faz mesmo as mais preenchidas corridas parecerem algo vazias. Mesmo três quartos cheios parecem ter este efeito, especialmente se o público estiver espalhado. Para remediar isto, nada como apostar em alguém que irá preencher a praça e mostrar a força da tradição tauromáquica do Montijo e que por estes dias vale a pena visitar, reformar e voltar a ter em conta na trilogia tauromáquica forte da margem sul: Moita, Alcochete e Montijo.
- E Setúbal? Dizemos adeus de vez?
Uma trilogia que poderia muito bem ter um lugar pertencente à cidade de Setúbal e à Praça de Toiros Carlos Relvas, e assim não haveria lugar para o Montijo. Mas com esta falta dramática e incompressível politicamente da praça da terra sadina, que tem visto novas gerações a desligarem-se da tauromaquia, o Montijo pode preencher esse importante lugar, até pela sua proximidade da cidade. Era uma forma de remendar os buracos de bala que as faltas de espetáculos em Setúbal deixaram, e voltar a demonstrar esta cultura aos setubalenses jovens e outras pessoas da região. Na falta desta praça e com uma corrida com este calibre mediático, pode ser que se perceba a capacidade de fomentação de economia e atenção dos média que “ter toiros” traz a uma cidade. Lembre-se que a Praça de Toiros Carlos Relvas também passou a pertencer à autarquia de Setúbal e já com projetos feitos, mas nada se concretizou e dificilmente se irá concretizar até às próximas eleições autárquicas.
- Também teremos o regresso do entusiasmo puro?
Uma corrida de toiros preenchida com uma manta humana diversa leva à reunião de pessoas com interesses em comum, com promoção de convívio entre pessoas de todos os lugares, idades e crenças. Entre quem viu e nunca viu o Diego Ventura, fomenta discussões saudáveis. Até o entusiasmo pela relevação de quem serão os grupos de forcados a pegar. A Toiros com Arte fez um trabalho muito interessante neste sentido, ao criar mística sobre quem seriam os grupos a pegar, com teasers enigmáticos a serem espalhados nas redes sociais da empresa a questionar aos internautas “Quem pegará?”. É um tipo de publicidade inspirado por outras artes (cinema por exemplo) e desportos (futebol e MMA por exemplo), e que resulta muito bem também no meio tauromáquico. Um ambiente de mistério fica logo em torno deste tema, e todos ficam com expectativa e perspetiva dos forcados como elementos tão importantes como Ventura. Isto vende bilhetes, destaca a corrida tradicional portuguesa e importância dos grupos de forcados, e instala um entusiasmo contagiante, com muito comprometimento do público e interações como é possível espreitar nas redes sociais da empresa.
A corrida de 12 de abril, por todas as vantagens enunciadas, pode voltar a trazer um entusiasmo correntemente em fase de extinção. Pode ser que a maior vantagem seja mesmo a de agitar as águas paradas de 2024, para abanar as pontes metálicas das trocas, das repetições, do “mais do mesmo”. É necessário a aposta dos empresários, seja de que empresa for e em que local for, e esta empresa deu à cidade do Montijo muitas vantagens, e aos mais atentos que ainda vão a tempo de comprar bilhete.
Não basta a temporada ser boa ou sólida. Tem de ter criatividade, originalidade, diferenciação e surpresa!
Bilhetes AQUI
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