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Segunda-feira, Março 17, 2025
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Oito vantagens de Diego Ventura voltar no Montijo

Oito vantagens de Diego Ventura voltar no Montijo, dia 12 de abril, na Praça de Toiros Amadeu Augusto dos Santos, serão aqui enumeradas e explicadas, com muita tinta a correr até este dia tão aguardado. 

Diego Ventura é um dos mais conhecidos cavaleiros tauromáquicos a nível internacional, considerado até como um dos melhores rojoneadores de todos os tempos. Apesar de não vir a Portugal a algum tempo, é português, e é acarinhado pelo público da sua nação de uma forma muito própria. O seu estilo é uma das fontes deste carinho, com uma ligação estreita entre cavalo e cavaleiro que leva a sortes de extrema elegância e precisão, mas com fator risco como pouco se tem visto nas últimas temporadas, e o público anseia por mais. Apesar de rumores e suposições sobre quando iria voltar a Portugal e em que praça, a empresa Toiros com Arte revelou a grande novidade no dia 10 de janeiro: Diego Ventura volta a Portugal em 2025 e será na Praça de Toiros Amadeu Augusto dos Santos, no Montijo! Tudo a 12 de abril pelas 16h! E desta maneira, uma corrida que podia passar despercebida na temporada, torna-se um evento, com peregrinação de vários pontos do país para avistarem o toureio do rejoneador. 

As reações nas redes sociais e nas conversas informais e formais entre aficionados e sites da área foram gigantes, mas nada comparado com a venda de 1000 bilhetes logo no primeiro dia em que estiveram disponíveis na Ticketline, no dia 30 de janeiro. Um feito inédito na venda de bilhetes para espetáculos taurinos e que irá ecoar no resto da temporada. 

Por isso, descrevo aqui as oito maiores vantagens de termos Ventura em Portugal esta temporada, mais especificamente no Montijo. 

  1. Um protagonista há muito ansiado

Sendo um dos maiores rejoneadores, a sua presença tem um gabarito mediático e de aura, que poucos iriam conseguir trazer. Ainda para mais, conseguiu vender mil bilhetes sem o típico marketing tauromáquico que tem levado pessoas às praças na mais recente memória: não é o seu último “rodeo” nem é o seu regresso “por mais uma noite” após se ter aposentado.  É uma aparição, até ver, esporádica e que não se sabe se terá sequelas. 

  1. A dúvida sobre a sequela do filme

Ventura deixa no ar uma mística sobre quando voltará a aparecer em terras lusas, porque nada está definido ainda. Devido às redes sociais e à capacidade de um aficionado ver mais corridas ou vídeos e fotografias nas redes sociais, algumas figuras perderam a aura que os tornava autênticas celebridades. Como, aliás, todas as celebridades de todas as artes. Mas esta mística dúvida no ar terá a sua devida importância para esgotar os restantes lugares, com bastante margem de tempo ainda.

  1. A arte de rejonear está viva e recomenda-se

A entrega do rejoneador e risco que apresenta começam a ser inéditas. Mesmo as lendas que passam por Portugal têm vindo mais a fazer turismo nesta longa praia lusitana do que a apostar no risco. As lides a que Ventura nos habitua contribuem para uma melhoria da afición, no que toca a compreender que a ilusão das lides de sonho ainda pode ser transmitida aos aficionados. A adicionar, também está a questão da precisão. Entregar uma lide com um elemento de espetáculo pode cair em desuso por ter uma distância do toureio a cavalo tradicional, mas quando existe espetacularidade e precisão técnica tudo pode acontecer. Cria-se assim um carisma para que as lides fiquem na memória do público e não seja apenas “mais uma corrida”. E esta praça precisa desta lufada de ar fresco, pela importância dos aficionados locais e porque é uma praça chamativa para muitos que vêm de longe e que não vão ao Campo Pequeno, por exemplo. Muitos aficionados alentejanos deslocam-se com mais facilidade ao Montijo, e deslocarem-se para ver uma autêntica figura irá permanecer nas suas memórias. Mal comece o ladear de Ventura, não se esquecerão! 

  1. (A)Ventura numa cidade que pode vir a ter vida novamente

A praça do Montijo comporta algumas características próprias. Fica dentro da cidade como acontece em tantas praças, mas é de notar que o Montijo tem um grande complexo comercial (Alegro Montijo) que atrai muitos visitantes que não se deslocam à cidade nem consomem na sua restauração e demais comércio local. Com uma corrida mediática deste género, existe a possibilidade de restaurantes, lojas e hotéis beneficiarem de mais visitantes e mais vida. Presumo que a praça trará movimento à localidade, contrariando a tendência de se ir ao centro comercial e, em menos de nada, o centro de vida e visitantes voltará a ser a cidade em si. Oxalá que os comerciantes estejam à altura deste desafio na qualidade e rapidez, para os aficionados voltarem em maior número e consistência. 

  1. Renascimento da afición montijense

A afición montijense está desperta, mas com menos fulgor do que nas localidades da Margem Sul mais próximas, sendo estas os titãs Moita e Alcochete, com associativismo tauromáquico e iniciativas municipais omnipresentes no quotidiano. A Moita tem um caráter fortíssimo a nível de toureio a pé, e Alcochete é uma das terras onde os forcados são os grandes heróis da tradição popular. Por isso, o Montijo pode voltar a descobrir que a sua afición está muito próxima ao toureio a cavalo e assim demarcar-se das outras duas localidades através desta perspetiva. Mesmo em freguesias do concelho, algumas tradições tauromáquicas perderam-se como largadas e vacadas. Resumem-se a algumas festas em volta da praça e isto leva as gerações mais novas a não terem um contacto tão profundo com a cultura taurina. Mas esta reinvenção, e com Ventura como o grande impulsionador nesta noite ideal, pode voltar a mostrar o que sabemos: que Montijo tem afición!

  1. Números, porque também importam!

A Praça de Toiros Amadeu Augusto dos Santos é uma das maiores, sendo uma praça de primeira categoria e o Montijo continua a ser aficionado com tertúlias e grupos de forcados. Mas a sua dimensão enorme faz mesmo as mais preenchidas corridas parecerem algo vazias. Mesmo três quartos cheios parecem ter este efeito, especialmente se o público estiver espalhado. Para remediar isto, nada como apostar em alguém que irá preencher a praça e mostrar a força da tradição tauromáquica do Montijo e que por estes dias vale a pena visitar, reformar e voltar a ter em conta na trilogia tauromáquica forte da margem sul: Moita, Alcochete e Montijo. 

  1. E Setúbal? Dizemos adeus de vez?

Uma trilogia que poderia muito bem ter um lugar pertencente à cidade de Setúbal e à Praça de Toiros Carlos Relvas, e assim não haveria lugar para o Montijo. Mas com esta falta dramática e incompressível politicamente da praça da terra sadina, que tem visto novas gerações a desligarem-se da tauromaquia, o Montijo pode preencher esse importante lugar, até pela sua proximidade da cidade. Era uma forma de remendar os buracos de bala que as faltas de espetáculos em Setúbal deixaram, e voltar a demonstrar esta cultura aos setubalenses jovens e outras pessoas da região. Na falta desta praça e com uma corrida com este calibre mediático, pode ser que se perceba a capacidade de fomentação de economia e atenção dos média que “ter toiros” traz a uma cidade. Lembre-se que a Praça de Toiros Carlos Relvas também passou a pertencer à autarquia de Setúbal e já com projetos feitos, mas nada se concretizou e dificilmente se irá concretizar até às próximas eleições autárquicas. 

  1. Também teremos o regresso do entusiasmo puro?

Uma corrida de toiros preenchida com uma manta humana diversa leva à reunião de pessoas com interesses em comum, com promoção de convívio entre pessoas de todos os lugares, idades e crenças. Entre quem viu e nunca viu o Diego Ventura, fomenta discussões saudáveis. Até o entusiasmo pela relevação de quem serão os grupos de forcados a pegar. A Toiros com Arte fez um trabalho muito interessante neste sentido, ao criar mística sobre quem seriam os grupos a pegar, com teasers enigmáticos a serem espalhados nas redes sociais da empresa a questionar aos internautas “Quem pegará?”. É um tipo de publicidade inspirado por outras artes (cinema por exemplo) e desportos (futebol e MMA por exemplo), e que resulta muito bem também no meio tauromáquico. Um ambiente de mistério fica logo em torno deste tema, e todos ficam com expectativa e perspetiva dos forcados como elementos tão importantes como Ventura. Isto vende bilhetes, destaca a corrida tradicional portuguesa e importância dos grupos de forcados, e instala um entusiasmo contagiante, com muito comprometimento do público e interações como é possível espreitar nas redes sociais da empresa. 

A corrida de 12 de abril, por todas as vantagens enunciadas, pode voltar a trazer um entusiasmo correntemente em fase de extinção. Pode ser que a maior vantagem seja mesmo a de agitar as águas paradas de 2024, para abanar as pontes metálicas das trocas, das repetições, do “mais do mesmo”. É necessário a aposta dos empresários, seja de que empresa for e em que local for, e esta empresa deu à cidade do Montijo muitas vantagens, e aos mais atentos que ainda vão a tempo de comprar bilhete.

Não basta a temporada ser boa ou sólida. Tem de ter criatividade, originalidade, diferenciação e surpresa!

Bilhetes AQUI

Leia também: Novidades sobre quem pegará na corrida de Diego Ventura

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