Encontro Mundial de Escolas Taurinas com colóquio e jantar no Clube Taurino da Moita, com o Professor Universitário e figura da tauromaquia, Pedro Alonso.
Hospitalidade e Cultura na Moita
Assim, foi o segundo dia este encontro, que aconteceu ontem dia 22 a partir das 20h, na sede do Clube. Desde a gastronomia ao conhecimento na forma de colóquio, foram mais pontos a serem mostrados aos jovens de escolas taurinas mundiais, que continuam um intercambio artístico, cultural e social por Portugal fora, e em especial no território moitense, com organização da Escola de Toureio e Tauromaquia da Moita, na pessoa do seu mestre Joaquim Ribeiro “Cuqui”.
Abertura com figuras locais e apoio e identidade da autarquia
A sessão começou com uma introdução de de José Manuel Pires da Costa, fundador do Grupo de Forcados Amadores do Aposento da Moita, que deu a palavra à vice-presidente da Câmara Municipal da Moita, Sara Silva.
A vice-presidente teceu assim um discurso sobre a importância deste Encontro: “Dizer que estamos cá também para vos apoiar e é deveras interessante, e é muito importante e honra-nos muito termos este Encontro Mundial de Escolas Taurinas aqui na Moita, aqui no concelho da Moita e, portanto, isto é motivo suficiente para nós ficarmos muito reconhecidos ao Cuqui. E um agradecimento especial por pensar em trazer aqui para a nossa terra aquilo que é, de facto, fundamental, que é divulgarmos a tal magia e preservarmos, acima de tudo, não só no nosso conselho, mas onde pudermos levá-la. E, portanto, é importante também ter o Cuqui aqui como intermediário a divulgar aquilo que é a cultura da nossa terra. A cultura que nós queremos preservar, que a Câmara da Moita tem muita honra em tê-la”.
Pedro Alonso: A Tauromaquia como Arte e Ética
De seguida, a palavra foi dada ao Professor Universitário que leva tauromaquia no peito e nas suas teses, Pedro Alonso, o protagonista do colóquio.
Para o Professor, um matador de toiros tem que ser um “exemplo para os outros”. Tem de ser “digno de admiração”. “Tal como vocês, suponho eu, também querem, em algum momento, que o público vos admire. E porque é que o público vos admira? Porque fazem algo que o resto dos mortais não é capaz de fazer: enfrentar a força bruta, a força selvagem, a investida, o ataque, numa luta limpa e pura, para, curiosamente, transformar toda essa energia em arte, em estética, em prazer, em emoção. O que poderia ser mais admirável?”, discursa enquanto olha para os alunos de toureio.
O Toureiro como Profissão e Referência
“Nenhum de vós dava um passo atrás. Por que não dão um passo atrás como toureiam? E, se o dão, alguém vos diz: ‘Olha, cuidado. Isso não está bem.’ E vocês, perante o temor, perante o medo, mantêm-se firmes e fazem exatamente o contrário do que seria de esperar numa situação de perigo, que é — normalmente — fugir. E vocês fazem precisamente o contrário: ficam quietos. Enfrentam a investida para transformar toda essa força bruta em beleza”, continua. “Mas com um código ético. Um código de não mentir. De não enganar. De dizer a verdade com a muleta. Aliás, quando não dizem a verdade com a muleta, lá está o vosso mestre: ‘Coloca-te como deve ser. Vai como um toureiro. Não uses o pico. Guarda o toque forte para desviar. Vá lá’.”
Outro dos pontos foi a obrigação que a União Europeia tem, de considerar o matador de toiros como uma profissão, até pela quantidade de famílias na profissão, e outras em todas as profissões em seu redor. “Não existe e tem de existir”, e até se pode começar a pensar num “grau académico” para a profissão.
Encerramento com emoção e esperança
No final, também Cuqui disse algumas palavras, junto do seu jovem aluno Simão Farrim, sobre a luta pela tauromaquia e esperança que tem em que também se aprenda a lutar da melhor forma por ela. Comenta também que com o Encontro também quis dar a conhecer o que é a Moita e a cultura taurina da Moita, apesar de ficar longe de alguns dos maiores epicentros tauromáquicos mundiais.
