José Maria Charraz: “Todo o empresário deseja estar no Campo Pequeno”, disse numa entrevista exclusiva.
Entrevista e Texto: Rui Lavrador e André Nunes / Fotografia: Nuno Almeida
Uma temporada muito falada e ansiada pela afición
Após terem sido revelados os cartéis da temporada de 2025 no Campo Pequeno, na tarde de segunda-feira dia 16 de junho, o conhecido empresário José Maria Charraz, parceiro da empresa Ovação & Palmas de Luís Pombeiro, prestou declarações aos sites Infocul.pt e ao Tauromaquia.com.pt.
Foram revelados quatro espetáculos para os meses de julho, agosto e setembro, com figuras de renome e ganadarias de referência, mas Charraz é empresário de mais praças e também referiu os planos para algumas delas, assim como o trabalho que já desenvolveu este ano para a afición alentejana. Tanto que foi revelado oficialmente, neste passado sábado, que estará à frente da praça de Montemor-o-Novo por oito anos.
Sobre esta fase inicial de parceria no Campo Pequeno: “As coisas compuseram-se, e tentámos preservar tudo aquilo que tinha sido feito e realizado”
Em questões que são a priori ao lado artístico da tauromaquia, começámos por falar com Charraz sobre esta fase de pré-revelação dos cartéis, e o sentimento que o empresário carrega a ser oficializado como um dos responsáveis pelo Campo Pequeno em 2025:
“A nível empresarial é o topo. Todo o empresário deseja estar no Campo Pequeno, com a sua empresa. Embora seja uma parceria com a empresa do Luís Miguel Pombeiro, mas é muito gratificante para uma empresa, de tauromaquia, estar no Campo Pequeno”.
“E foi um projeto que eu comecei, a princípio com muita força, depois arrefeci um bocadinho”, disse
Acerca desta parceria, Charraz declara: “Mas depois as coisas compuseram-se, e tentámos preservar tudo aquilo que tinha sido feito e realizado, para a Praça do Campo Pequeno, com o Luís Pombeiro. Montámos cartéis, dignos do Campo Pequeno, que o Campo Pequeno merece”.
Assim, foi na ótica da grandiosidade e mediatismo do Campo Pequeno para os artistas e aficionados, que o empresário remata que “se as figuras máximas não vierem ao Campo Pequeno, não podem ir a outras praças. É aqui que depois já abrem as portas para as outras praças. Aqui é a porta do triunfo. Qualquer cavaleiro, qualquer grupo de forcados, qualquer ganadaria, quando saem daqui com triunfo, têm tudo aberto”.
“É um mundo complicadíssimo, o da tauromaquia, mas quando triunfa aqui triunfa em todo o lado”, acrescenta.
Trunfos e segredos para se conseguirem as figuras maiores no Campo Pequeno
Aquando de abordarmos os nomes mais falados nesta temporada, regresso de Paulo Caetano, Diego Ventura e Roca Rey a Lisboa, que certamente deram que falar enquanto eram rumores e agora estão nas bocas do mundo, José Maria afirma que os segredos e trunfos para conseguirem estes nomes basearam-se em “acima de tudo, sermos sempre sérios com eles. Abrir o jogo: o que há e o que não há. E eles concordam ou não concordam”.
“Houve um esforço de parte a parte”
Nesse sentido, pensando no peso monetário que acarretam, foi-nos dito que “há esta verba, são toureiros a nível mundial, figuras número um a nível mundial, habituados a praças com lotações muito grandes. É fácil, às vezes, tornar o cachê deles barato, ou em conta. Aqui é uma praça que leva seis mil pessoas. E é esticar um bocado dali e daqui.
“Houve o bom senso também deles estarem recetivos a virem a Portugal, a virem ao Campo Pequeno, que acho que é a vontade de todos”. Além disso, também “houve um esforço de parte a parte. E acabou da melhor maneira que foi concretizar para que se conseguissem trazer estas grandes figuras aqui”.
Moura a 19 de julho e “Montemor é casa cheia!”
À parte do Campo Pequeno, Charraz tem sido, nos últimos anos, um dos responsáveis por alguns dos melhores cartéis em Portugal, noutras praças. Beja, por exemplo, teve sucesso artístico na corrida da Ovibeja em maio e Garvão teve um acontecimento enorme, com a mudança de cabo do Grupo de Cascais. Nesse sentido, o empresário afirma que “agora temos Moura, a dia 19 de julho. Terá João Ribeiro Telles, Francisco Palha e Marcos Bastinhas, frente a touros de Lima Cabral. Pegará o Grupo de Moura e outro que será anunciado brevemente”.
Ainda neste tema, fala mais sobre Beja e Montemor-o-Novo: “Depois temos mais corridas de Beja. Ficámos com a praça de Montemor-o-Novo por 8 anos e vamos agora começar a montar os cartéis porque isto estava complicado, no Campo Pequeno. Mas está resolvido e vamos para a frente. Esta semana já começamos a trabalhar”.
Ou seja, Montemor é uma das praças mais importantes do país pelo público que consegue atrair, mas fala-se há muito tempo na questão das obras que são necessárias. Charraz irá lá estar por oito anos e seguidamente questionámos o que pretende para a localidade, ao que foi respondido que “Montemor é praça cheia! Costuma ter praça sempre cheia” e garantiu que este slogan será mantido.
José Maria Charraz: “Podemos fazer umas surpresas ainda em relação a Montemor”
“É uma praça de expoente máximo também, uma terra de gente aficionada — ao cavalo, ao toiro e ao forcado, principalmente. Estamos lá, temos de fazer as obras, para que se possa manter a porta aberta. Senão, não a conseguiremos ter aberta, e nós vamos ter de certeza”, continua.
Assim, tivemos algumas revelações sobre Montemor: “Podemos fazer umas surpresas ainda em relação a Montemor. Vamos ver. Vamos ver como é que vão decorrer as obras. Queríamos, em setembro já, fazer uma surpresa grande aos aficionados de Montemor.
Por fim, foi questionado se realizar-se-ia apenas uma corrida em setembro ou duas em estilo de mini-feira, ao que o empresário respondeu: “Não sei, talvez. Vamos apostar nisso: que seja diferente”.
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