Manuel Pires destaca “uma mistura de sentimentos” na despedida das arenas, em declarações ao site Tauromaquia.com.pt .
Manuel Pires despediu-se hoje das arenas, na Praça de Touros da Ilha Terceira, deixando a liderança do Grupo de Forcados do Ramo Grande.
Entrevista e Fotografias: Paulo Gil
Texto: Rui Lavrador
É o fim de um ciclo enquanto forcado que durou 17 anos, os últimos dos quais como cabo dos Amadores do Ramo Grande.
Com um cartel constituído por João Moura Caetano, David Gomes, António Ferrera e os forcados do Ramo Grande, lidaram-se exemplares das ganadarias de João Gaspar (a cavalo) e Rego Botelho (a pé).
No momento em que o grupo se fardou, Manuel Pires concedeu declarações ao site Tauromaquia.com.pt.
Destacou que esta data é “uma mistura de sentimentos, digamos assim. É emoção, é paixão, é um sentimento também de alguma tristeza pela saída do grupo, mas é uma saída necessária, na fase oportuna que o grupo atravessa, mas acima de tudo é o sentimento de dever cumprido daquilo que foi a minha passagem pelo Grupo de Forcados Amadores do Ramo Grande“.
“O exemplo e imagem que dei a este grupo é o que fica mais patente da minha passagem, a minha postura à frente dos touros, dei sempre a cara por este grupo, nos momentos bons e nos momentos maus, isso deixa-me com uma grande alegria. E principalmente, o facto de ter o respeito da maioria das nossas pessoas e dos aficionados, isso para mim é o mais gratificante. Perceber que a gente também toca nas pessoas, perceber que as pessoas nos respeitam enquanto forcados, enquanto membros activos da festa, e que se identificam com essa forma de estarmos na festa brava“, assinalou.
Sobre o seu percurso, considerou: “Não sou a melhor pessoa para responder, mas acho que o balanço é bastante positivo, ao longo de 17 anos como forcado, sempre pautei as minhas prestações e as minhas pegas, ajudas, seja o que for, a minha liderança que incuti no grupo, penso que de uma forma geral as coisas correram bem. Foi aquilo que referi há pouco: a minha postura, a minha forma de estar, a minha forma de pensar, a forma como dei a cara pelo grupo e servi de exemplo aos mais novos, acho que isso é o que me deixa mais feliz e mais contente, perceber que eles viam em mim uma referência, um exemplo, isso é o mais importante. É perceber que as pessoas se identificam connosco e que de alguma forma representamos alguma coisa para os outros“.
Quando questionado se manter-se-á ligado à tauromaquia, foi claro na resposta.
“Sem dúvida. Agora vou precisar de algum tempo para descansar, reflectir sobre a minha vida pessoal e profissional, mas claramente vou continuar a acompanhar o grupo sempre que possível, apoiando sempre que necessário e vou estar sempre ligado à tauromaquia e estarei sempre presente quando tal seja importante para o grupo. Não só para o grupo, mas em tudo o que for necessário“, afirmou.
