Abiúl: Harmonia de Rui Fernandes e a raça de Francisco Palha marcaram a 3ª e última corrida da feira taurina.
A Praça de Touros de Abiul acolheu, esta quarta-feira, a terceira e última corrida da tradicional feira taurina, integrada nas Festas do Bodo.
Frente a touros da ganadaria de Fernandes de Castro, actuaram os cavaleiros Rui Fernandes, Manuel Telles Bastos e Francisco Palha.
As pegas ficaram a cargo dos forcados amadores de Alcochete e Aposento da Chamusca.
Nas cortesias, foi guardado um minuto de silêncio em memória do forcado Pedro Silva em que se fartou pela ultima vez há um ano nesta praça. Pertencia aos amadores de Coimbra. Após as cortesias, foi prestada homenagem pela Junta de Freguesia de Abiul ao Aposento da Chamusca, pela celebração dos 50 anos de existência.
Rui Fernandes abriu as actuações, frente a um touro com 590 Kg, brindando a sua lide a George Martins Jr. O ginete enfrentou um hastado que saiu bastante andarilho, mas com o qual Rui soube dobrar-se bem, entender as distâncias, mudar constantemente de terrenos e desenhar sortes frontais, com batida ao píton contrário, reunindo a preceito. Assim, após os dois ferros compridos, destacam-se o primeiro e o quarto ferro curtos, com reuniões bastante cingidas. Ouviu música ao primeiro curto, de forma justa, numa boa decisão do director de corrida. A lide mais harmoniosa da corrida.
Perante o quarto touro da corrida, que denotou algumas limitações físicas e comportamento de manso, Rui Fernandes teve de porfiar muito para conseguir levar a actuação a bom porto. Lide esforçada, perante falta de matéria-prima para mais. Por esse motivo, saudou apenas no centro da arena e não deu volta de agradecimento, apesar de autorizada pela direcção de corrida.
Manuel Telles Bastos teve por diante um touro mais reservado, o segundo da corrida, principalmente no momento da reunião. Porém, Manuel Telles Bastos não teve uma actuação particularmente feliz. Um toque na montada aquando do primeiro curto, algumas passagens em falso no segundo ferro e uma lide esforçada, mas que nunca chegou a romper.
Perante o quinto touro da corrida, volumoso mas de pouca cara e que rapidamente procurou fechar-se em tábuas, valoriza-se o esforço do cavaleiro, destacando-se alguns ferros a sesgo.
Francisco Palha enfrentou, primeiramente, um touro com um comportamento pouco claro na investida. A actuação do ginete foi uma montanha russa de emoções, de menos a mais. Inicialmente, com algumas passagens em falso, numa segunda fase e encontrar as distâncias correctas e a conseguir elevar o nível da actuação, com dois bons ferros. Valeu o esforço de Palha, embora a lide não tenha atingido patamar de triunfo.
Por fim, frente ao último touro da corrida, Francisco Palha voltou a fazer da raça a principal arma, com uma primeira bandarilha curta de grande nota, um forte toque na montada, aquando da tentativa de cravagem do terceiro curto, acabando em alta com 3 bandarilhas de excelente execução, aguentando a investida do touro e conseguindo causar impacto no público.
Pelos forcados de Alcochete, em noite de estreia de António José Cardoso como cabo, foram à cara Pedro Dias (1ª tentativa), Afonso Capricho (1º intento) e João Dinis (3ª).
Pelo Aposento da Chamusca, foram à cara Francisco Andrade (2º intento), Vasco Coelho dos Reis (2ª tentativa) e João Saraiva (1ª tentativa).
O curro de touros da Ganadaria de Fernandes de Castro saiu bem apresentado, embora com comportamento muito dissemelhante entre si.
Corrida dirigida por José Soares, assessorado pelo médico veterinário José Luís Cruz.
Corrida abrilhantada pela Sociedade Filarmónica Ansianense de Santa Cecília.