Director: Rui Lavrador | Periodicidade: Diária (Online)
15.9 C
Lisboa
Segunda-feira, Janeiro 20, 2025
- Publicidade -

Caldas da Rainha: Tarde quente, corrida morna e Bastinhas a trazer leve brisa e frescura

Caldas da Rainha: Tarde quente, corrida morna e Bastinhas a trazer leve brisa e frescura ao tauródromo caldense.

Caldas da Rainha é uma localidade por demais reconhecida pelo seu peculiar artesanato, pela doçaria e pela tradição tauromáquica, com especial destaque no 15 de Agosto.

Vários são os aromas que as almas sensíveis podem degustar, desde que despertas a tal experiência.

Assim pese o abrasador sol veranil, capaz de transformar qualquer mortal numa verdadeira fonte luminosa, a praça encheu para a corrida de touros realizada esta quinta-feira.

Frente a touros da ganadaria Vinhas, actuaram os cavaleiros Marcos Bastinhas, Francisco Palha e Miguel Moura. As pegas ficaram a cargo dos forcados amadores de Santarém e Caldas da Rainha.

Destaque ainda para a lide um novilho da mesma ganadaria, por parte do novilheiro Gonçalo Alves.

Pelo motivo de Francisco Palha actuar à noite em Messejana, a ordem de lide foi alterada. Assim, Francisco Palha lidou o 1º e 4º, Marcos Bastinhas o 2º e 5º e, por fim, Miguel Moura o 3º e 6º. Fechou a tarde, o novilheiro Gonçalo Alves.

Assinalar que o estado do piso, pesado, e o forte calor sentido, acabaram por condicionar o comportamento dos touros, que aparentaram todos pouca transmissão, alguns falta de força, o que retirou brilho e interesse à corrida. Nesse sentido, destacar ainda que os touros saíram na generalidade bem-apresentados.

Francisco Palha abriu praça, perante um touro Vinhas corpulento, com pouca cara (à imagem da maioria das reses desta ganadaria), estando bem, diante de um oponente com pouca transmissão. Destacou-se em ladeios, com as cravagens a resultarem ajustadas e com correcção, embora chegando pouco ao público. Porém, Palha soube colocar o publico a aplaudir, tal a intensidade e exuberância colocados nos remates das sortes.

A segunda lide de Francisco Palha teve mais complicações, perante um touro tardo na investida, defendendo-se bastante, obrigando o cavaleiro a pisar terrenos de compromisso. Perante isso, Palha esteve competente, esforçado, sem deslumbrar, pese a efusividade excessiva após as cravagens. Assinalam-se dois curtos de boa nota.

A meio esteve a maior virtude desta corrida que raramente saiu do um tom morno.

Trajando casaca encarnada e ouro, Marcos Bastinhas foi receber o seu primeiro touro à porta dos curros e dobrou-se bem com o oponente, conseguindo a partir daí desenhar uma actuação doce e fresca para o público. Dois ferros compridos de qualidade, seguindo-se dois ferros curtos de mérito também. Porém, o touro pouco transmitia e parava-se cada vez mais. Assim, o cavaleiro rematou a lide com um ferro em sorte de violino e ainda um ferro de palmo, após cite em circulares, terminando a sua lide em plano doce e com vontade de trazer novos aromas na segunda actuação.

E a verdade é que na segunda actuação, Marcos esteve bem. Fez tudo com tempo, sem pressa, sem exuberância em excesso. Lidou, entendeu o touro, destacando-se a sua actuação pelo primeiro e terceiro curtos (este de grande nota), além de um bom par de bandarilhas. Apenas a segunda bandarilha curta resultou a cilhas passadas. Porém, em tarde de pouco sabor, foi Marcos que mais adoçou o público. Com intenso calor, foi dele a leve brisa que tornou a tarde mais agradável.

Miguel Moura teve azar com o primeiro do seu lote, que se mostrou diminuído fisicamente, já após ter cravado dois ferros compridos.  Nesse sentido, após recolha do touro, saiu aquele que lidaria em sexto lugar. Um touro com pouca transmissão, embora não complicasse e tivesse outras virtudes. Ainda assim, Miguel Moura alternou momentos de qualidade, com outros em que levou toques na montada (um deles contra tábuas), arriscando em demasia. A lide não rompeu, como poderia ter acontecido dadas as qualidades do touro e principalmente do cavaleiro.

A empresa ofereceu a lide do sobrero a Miguel Moura. Recorda-se que segundo o regulamento de espectáculos tauromáquicos (RET), considera-se lidado um touro após a cravagem do primeiro ferro. O primeiro touro de MIguel foi recolhido após a cravagem de 2 compridos.

Assim, o dinástico cavaleiro enfrentou o sobrero da ganadaria Vinhas e mais uma vez teve de colocar tudo, perante um touro que pouco se empregou, esperando pela reunião. A lide, embora positiva, nao atingiu o triunfo. Destacam-se dois bons curtos, após sortes frontais e reuniões correctas.

Pelos Amadores de Santarém, foram à cara Francisco Graciosa (primeira tentativa), Salvador Ribeiro de Almeida (primeiro intento) e Joaquim Grave (primeira tentativa).

Pelos Amadores das Caldas da Rainha, foram à cara Salvador Serrano (primeira tentativa), Lourenço Palha (excelente execução ao primeiro intento) e Joaquim Lino (primeiro intento).

Para o final, estava reservada a actuação do novilheiro Gonçalo Alves e também ele não teve sorte com o novilho. A rés parou-se muito rapidamente, ainda assim o jovem brilhou no tércio de bandarilhas e na fase inicial de muleta, com duas belíssimas tandas. Seguidamente, porfiou muito para completar a faena, demonstrando segurança e humildade, pese a pouca qualidade do oponente. Ficou a vontade de voltar a ver o jovem em acção.

A corrida foi dirigida por Ana Pimenta, assessorada por José Luís Cruz. 

Assim, no dia mais taurino do ano, numa das datas mais tradicionais em Portugal, nas Caldas da Rainha: Tarde quente, corrida morna e Bastinhas a trazer leve brisa e frescura.

Artigos Relacionados

Siga-nos

315FãsCurtir
12,157SeguidoresSeguir
5SeguidoresSeguir
0InscritosInscrever
- Publicidade -

Últimos artigos