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Quinta-feira, Setembro 12, 2024
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José Macedo Tomás faz balanço após deixar a liderança dos forcados de Coruche

José Macedo Tomás faz balanço após deixar a liderança dos forcados de Coruche, em declarações ao nosso site.

A Praça de Touros de Coruche recebeu, ontem, a tradicional corrida do 17 de Agosto, com o cartel a ser composto pelos cavaleiros Marcos Bastinhas, Miguel Moura e Tristão Telles Queiroz (em substituição de António Ribeiro Telles, por motivos clínicos), frente a touros da ganadaria de Murteira Grave.

Em solitário, pegou o Grupo de Forcados Amadores de Coruche, na despedida de José Tomás.

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No final da corrida, José Macedo Tomás, que passou a liderança do grupo a João Prates, fez balanço após deixar a liderança dos forcados de Coruche declarações ao site Tauromaquia.com.pt.

Sobre como se sentiu nesta corrida, disse: “Senti-me muito nervoso até realizar a pega, já contava com isso, mas foi um descarregar de responsabilidade gigante. Foi uma passar de testemunho, numa mudança de cabo como um grupo de Coruche é uma felicidade grande. Agora passei para os ombros do João Prates e sinto-me muito aliviado, tenho um misto de sensações. Sinto-me orgulho daquilo que fiz nestas temporadas como cabo, mas também levo a sensação de que faltou fazer muita coisa, mas o tempo não perdoa e eu já estava a dever há algum tempo à minha família, ao meu corpo, ao meu coração e à minha cabeça este momento. Já era tempo de me libertar deste peso e desta responsabilidade. Porque ser cabo do grupo de Coruche, exige não só treinar, escolher os que se fardam, aqueles que pegam, mas também estar sempre disponível para quando as coisas correm mal ir ao touro. O tempo não perdoa ninguém e eu comecei a sentir que já era muito difícil para mim trazer essa responsabilidade. Vou feliz, encantadíssimo com esta tarde, satisfeitíssimo e muito, muito aliviado“.

Seguidamente, fez um balanço do seu percurso como cabo.

Trabalhei para que o grupo fosse bom. Dentro de praça já o era, já ombreava com os outros de primeira linha, já estávamos nessa primeira linha, e eu tentei sempre falar a linguagem dos promotores de espectáculos para que tivéssemos mais corridas, porque estamos cá para pegar touros e é isso que gostamos. Achei que fizemos um bom trabalho nesse sentido, ou seja éramos o grupo que mais pessoas levava às praças e achei que isso não era suficiente, não bastava, faltava mais qualquer coisa. E essa qualquer coisa era muitas vezes clara, era impossível para nós por conta dos nossos valores, mas outras vezes não conseguir perceber o porquê de não termos mais convites para pegar, quando éramos um grupo bem dentro da arena, extraordinário fora de praça, e na bancada superámos a larga maioria dos grupos. Portanto, eu achava que os convites iam chegar e nunca chegaram. Portanto, a minha mágoa é para com a classe dos promotores de espectáculos, porque regem-se por outros valores que eu pelos vistos não acertei neles. Achava que aquilo que interessava era estar bem dentro da arena, estar bem fora de praça e ter muita gente a querer ver-nos na bancada, mas afinal não é isso. Fica esse mistério, para mim, por resolver“, referiu.

Por fim, disse que continuará a apoiar o grupo, mas que é necessário dar espaço ao novo cabo para impor o seu estilo de liderança.

Eu estou altamente comprometido, porque nos jantares cobrava fortemente os antigos elementos por não estarem presentes, portanto estou obrigado a comparecer. Mas terei de ter algum afastamento, para o novo cabo poder ter o seu cunho de liderança, portanto não posso estar na trincheira ou nos treinos com a intensidade com que estava, mas tentarei estar presente, porque acho que o grupo é muito mais do que os actuais elementos, foi sempre isso que eu disse. É preciso que os antigos continuem a repetir as histórias, a vincar os valores, para que as coisas se mantenham como estão, bem. Portanto, estarei altamente comprometido, não com a intensidade que tive até agora, porque o novo cabo também precisa do seu espaço para impor o novo estilo de liderança“, rematou.

Entrevista: Francisco Potier Dias
Texto: Rui Lavrador
Fotografia: Toiros com Arte / Instagram.

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