Crónica: Faltou história, neste último capítulo da Feira da Moita, na corrida de touros realizada ontem.
Numa noite de clima temperado, mas ventoso, deu-se a terceira e última corrida da Feira Taurina da Moita, hoje será novilhada, inserida nas festas em Honra de Nossa Senhora da Boa Viagem, onde faltou história, bravura e emoção.
Em praça os cavaleiros Gilberto Filipe, João Moura Caetano, Manuel Telles Bastos, Emiliano Gamero, Miguel Moura e António Telles Filho.
O cavaleiro e referência da equitação portuguesa Gilberto Filipe, apresentou-se, como sempre, muitíssimo elegante, transpirando equitação e classe por “todos os poros”. No que a toureiro diz respeito, andou sem grandes exuberâncias, frente a um oponente perdido de manso que toda a lide se fechou em tábuas, ainda assim, andou com regularidade e competência destacando os últimos curtos colocados sem cabeçada, levando a praça ao rubro e terminado com emoção esta sua lide.
Manuel Telles Bastos, o mais clássico dos toureiros da Torrinha, brindou o público da Moita com mais uma a atuação regular, tendo no entanto, ainda consentido um toque na montada. Ainda assim, soube levar por diante este exemplar de Campos Peña que se mostrou bem mais cooperante que o anterior, sendo ainda assim um toiro reservado e exigente.
João Moura Caetano, que toureou em terceiro por alteração da ordem a seu pedido, apresentou-se na Moita como tem vindo a ser seu apanágio.
Neste momento o toureiro atravessa uma das fases de maior estabilidade da sua carreira, apresentando-se em praça sem grandes exuberâncias, mas com regularidade e competência, sabendo ler o seu oponente e adaptar-se, conseguindo transmitir e levar o público consigo.
Emiliano Gamero apresentou-se na Moita dentro do que lhe é habitual, espectáculo para a bancada e pouco sumo de toureio, no entanto, chegou ao público. Teve na sua atuação nota especial para os compridos e os dois últimos curtos dois ferros de boa nota, em especial o último ferro de violino com verdade e a chegar com grande impacto ao público.
Miguel Moura, o toureiro de Monforte, que traz em si o peso da casa Moura, veio disposto a “meter a carne no assador” e a dizer presente, tendo um toureio pretensioso e na procura constante do triunfo, tendo esta noite mantido a fasquia, apesar de ter pela frente um toiro sem forças e com traços de mansidão, que não permitiu mais que a “ferragem” da praxe.
António Telles Jr, o mais novo da dinastia Ribeiro Telles, teve na Moita, uma noite de muito boa nota.
O jovem cavaleiro que está na sua primeira temporada de alternativa teve em sorte um toiro cooperante e permissivo, que este soube ler e deu a lide necessária.
Procurou brindar o público da Moita com temple e correção nas sortes, muito bom toureio se viu na lide do ginete da Torrinha, com especial destaque o último ferro de palmo e a sorte gaiola cravando e aguentado, sem capotes, toiro na saída.
Nas ramagens pegaram pelos amadores do Ribatejo os forcados Leandro Catrapolo ao segundo intento e Ricardo Regueira ao 1.º intento, com uma grande primeira ajuda!
Pelos amadores da Moita, pegaram os forcados Carlos Domingos ao segundo intento com uma majestosa primeira ajuda e João César, sendo dobrado por Fábio Silva consumando no total à 4.ª tentativa, nota para a benevolência do director de corrida que respeitou os momentos do grupo.
Pelos amadores de Coruche pegaram os forcados João Prates e Tiago Gonçalves, à primeira e segunda tentativa respectivamente, com o grupo a ajudar coeso.
Uma noite bem passada, contudo, apesar de melhores os de Veiga Teixeira, muito pouca bravura e apresentação neste curro de Veiga Teixeira e Campos Peña, pena, pois fica a sensação que seria uma noite que podia deixar muito mais.