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Colóquio de cavaleiros reuniu plantel de luxo no Aposento do Barrete Verde

Colóquio de cavaleiros reuniu plantel de luxo no Aposento do Barrete Verde, no Salão Nobre da sua sede em Alcochete, pelas 16h30 do dia 19 de janeiro de 2025. 

Texto e Fotografias: André Nunes / Tauromaquia.com.pt

Este painel teve como convidados Bruno Nery, Rui Fernandes, Gilberto Filipe, Manuel Telles Bastos e Duarte Fernandes (praticante), com moderação de Margarida Marques Calqueiro. Devido a estar presente em Sevilha, António Ribeiro Telles não conseguiu estar presente e foi substituído pelo praticante Bruno Nery. Cada cavaleiro apresentado tem o seu estilo e base de fãs já estabelecidos na tauromaquia portuguesa, e por isso o Salão Nobre esteve com casa cheia, mostrando forte adesão a estes nomes, alguns deles maiores, do toureio nacional. 

Margarida Calqueiro deu as boas-vindas agradecendo a oportunidade de dirigir o painel de palestrantes. Deu o mote à sessão através da afirmação de existirem diferenças entre todos mas o maior ponto comum é o desejo de ser toureiro, perguntando a todos como surgiu esse sonho.

Rui Fernandes foi o primeiro convidado a discursar, afirmando que quis ser toureiro por parte de seu pai e avô, pois acompanharam a sua paixão desde cedo e levaram-no a ver inúmeras corridas de toiros.  Contudo, por ser originário de uma zona sem tradição tauromáquica, Costa da Caparica, e sem ter antecedentes profissionais na sua família, começou do nada. 

Gilberto Filipe tem, por sua vez, tem antecedentes taurinos. O seu desejo foi estimulado com a  compra de um cavalo bastante experiente, à coudelaria da Companhia das Lezírias, de João Moura, e toureou uma bezerra como atividade recreativa em casa. Mas esse momento foi definitivo no sentido de ser algo a querer repetir para a sua vida toda.  Também disse que é “difícil, hoje, alguém começar até porque só se pode realizar espetáculos taurinos com público a partir dos 16 anos”. Lançou o repto para ser pensado o que se tem de mudar para facilitar quem quer começar a realizar esse ato profissionalmente em público antes dos 16 anos, até no caso dos forcados. Descreveu o ato de tourear como “lindo”.

Duarte Fernandes, sobrinho de Rui Fernandes, agradeceu o seu início e vocação ao seu tio, sendo ele o grande ídolo que o encaminhou e inspirou no sonho de ser cavaleiro. Também, Bruno Nery indicou Rui Fernandes como o ídolo que o encaminhou para o sonho, através de “um dia ter a sorte de ir à casa do Rui”, até porque também não tem família no meio e é da Costa da Caparica também. Vê Rui como uma referência, que logo acreditou em si e deu-lhe a oportunidade no ano passado em Vila Franca de Xira, na Palha Blanco. 

A conversa entre os participantes depressa passou para a paixão pelo cavalo e sua importância no panorama da corrida de toiros à portuguesa. Rui Fernandes continua este tema, dizendo que sempre se apaixonou pelo cavalo “quase como doença” e mantém o cavalo preto Macarena como o seu cavalo de eleição e que o marcou profundamente. Gilberto Filipe manteve o tema, indicando a importância do toureio a cavalo em Portugal, e afirma que são “mais toureiros do que cavaleiros”. Também aponta que tem “afición à Festa Brava mas maior ao cavalo ainda”.

Duarte Fernandes tem a figura do cavalo como uma figura de família, com “um laço entre cavalo e cavaleiro pois o toureio é uma forma de expressão em que se utiliza o cavalo e os cavalos são eles próprios toureiros”. Para ele, só existe expressão dentro da praça, expondo o que se sente e tudo o que possa estar a passar na sua vida. Se esta expressão for conseguida e o público sentir, “então é muito gratificante”, segundo o jovem cavaleiro praticante. 

Manuel Telles Bastos teceu comentários sobre o seu estilo de toureio clássico, sublinhando o seu tio António Ribeiro Telles como a sua inspiração para seguir o classicismo a cavalo. Nas palavras do próprio, “classicismo é utilizar métodos clássicos da equitação para atingir os objetivos”. Para ele, o triunfo do forcado é também o triunfo do cavaleiro, pois a pega triunfal é na sequela de uma lide bem conseguida.
De recordar que o Aposento do Barrete Verde voltou a dinamizar colóquios no passado ano de 2024, com uma primeira conversa sobre ganadeiros com Sofia Lapa, Diogo Passanha e Pedro Canas Vigouroux, moderada pelo Dr. Vasco Lucas, no dia 17 de novembro, e teve continuação logo em dezembro, com um colóquio focado nos maiorais. Em primeira mão dito ao repórter no local, este ciclo irá continuar no próximo dia 23 de fevereiro, de acordo com o presidente da associação, Rui Fonseca, com novilheiros e matadores como convidados. Estão já confirmados os novilheiros João D’Alva e Gonçalo Alves.

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