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Terça-feira, Março 25, 2025
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Gilberto Filipe: “O público está cansado de ver sempre as mesmas coisas, quer ver coisas novas, quer ver alegria”

Gilberto Filipe: “O público está cansado de ver sempre as mesmas coisas, quer ver coisas novas, quer ver alegria”, considerou.

A Praça de Touros Daniel Nascimento, na Moita, recebeu – ontem, 14 de Setembro, a terceira e última corrida de touros da sua tradicional feira taurina.

Uma feira taurina inserida nas Festas em Honra de Nossa Senhora da Boa Viagem.

Assim, frente a touros de Veiga Teixeira e Campos Peña, actuaram Gilberto Filipe, Manuel Telles Bastos, João Moura Caetano, Emiliano Gamero, Miguel Moura e António Telles [filho].

Destaque ainda para os forcados amadores do Ribatejo, Moita e Coruche.

O cavaleiro Gilberto Filipe, após a sua actuação, prestou declarações aos sites Infocul.pt e Tauromaquia.com.pt sobre a sua actuação e sobre a sua temporada.

Epá, não plenamente satisfeito porque foi um touro complicado. Nós temos sempre ideias de fazer mais coisas, mas dentro do touro que saiu, penso que a lide foi bastante boa. No final, conseguimos alegar o público, que é quem paga o bilhete, nos vem ver e isso é o principal. Era manso desde saída, a procurar tábuas. De saída consegui cravar bem dois compridos, na mudança para os curtos achei que o conseguia fixar mais no meio, mas tive muitas dificuldades, com ele sempre a procurar tábuas, a fugir à luta. Mas, depois consegui 3 curtos com o cavalo Napoleão, depois mais um violino e ainda um ferro sem cabeçada, e de frente, que o público gosta e a reação do público foi muito boa, portanto não é a actuação sonhada, mas é a actuação possível. E o resultado é muito positivo“, disse sobre a sua lide.

Gilberto Filipe: “há que pensar que há um público que paga bilhete”

Seguidamente, abordou a maior dificuldade na sorte em que crava um ferro com o cavalo sem cabeçada.

É óbvio que colocar um ferro no touro, sem o freio para ajudar e conduzir o cavalo é mais difícil, ensinar o cavalo para chegar a esse ponto é muito mais difícil. No entanto, o público está cansado de ver sempre as mesmas coisas, quer ver coisas novas, quer ver alegria, quer vir para se divertir. Nós toureiros, às vezes, abordamos um tipo de toureio que os críticos gostam de ver ou pretendem que se faça, e esquecemos de alegrar o público. O toureio é só um, aquele que é feito com o touro e o cavalo, tentar ir de frente obviamente, mas depois disso há que pensar que há um público que paga bilhete, vem para a festa, tem que se emocionar, tem que se divertir, tem que se alegrar“, explicou.

Se nós fizermos sempre as mesmas coisas, não há toureiros diferentes, somos todos iguais. Então há que inovar. Não é só caso disso no estrangeiro como falou, em que por exemplo o Diego Ventura o faz, com o cavalo sem cabeçada, e vê a reação do público e quando ele vem a Portugal o público também gosta e vai ver. Ou seja, tudo o que meta touro, cavalo, beleza, harmonia e perigo, acho que é bom e de se fazer. O caso dos ferros de violino também resulta. Trazermos a equitação boa para dentro da arena, cavalos bonitos e trazermos sortes mais invulgares acho que ajuda a animar a festa e faz bem à festa“, destacou.

Por fim, abordou a temporada.

Falta-me ainda uma corrida, em Évora, esta foi uma das melhores temporadas da minha vida, sem dúvida, tenho um touro ou dois em que as coisas não correram bem. De resto, resultou, o público gostou e penso que marquei um bocadinho de posição, espero no próximo ano manter o nível ou melhorar“, rematou Gilberto Filipe.

Porém, destacara importante reflexão de Gilberto Filipe: “O público está cansado de ver sempre as mesmas coisas, quer ver coisas novas, quer ver alegria”.

Entrevista: Francisco Potier Dias
Fotografia: Arsénio Franco (arquivo)
Texto: Rui Lavrador

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