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Segunda-feira, Março 17, 2025
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O sonho de ser toureiro no Colóquio de Toureio a Pé em Alcochete

O sonho de ser toureiro no Colóquio de Toureio a Pé em Alcochete, no salão nobre do Aposento do Barrete Verde que aconteceu ontem pelas 16h.

Os novilheiros por vezes toureiam os toiros piores, mais difíceis e perigosos

Neste colóquio, começamos com o moderador e conhecido comentador taurino Maurício do Vale, que largou o mote sobre o sonho do toureio a pé em Portugal: “Os novilheiros por vezes toureiam os toiros piores, mais difíceis e perigosos. Toureiam menos e quando toureiam são esses. É preciso aptidão para tourear. Dia a dia, manhã a manhã, com o touro ausente fisicamente. Mas… não deixem de sonhar. No dia que deixarem de sonhar deixam de ser toureiros contra tudo e contra todos. Lutar e acreditando no que pode ser. E o ser está aí à frente, provavelmente amanhã. Nunca se arrependam das dificuldades dos sonhos, que para ser toureiro a pé, alcançam. Vale de facto a pena lutar não só para realizar sonhos pessoais como para honrar a história.”

Nesse sentido, um membro do público interveio logo de início e revelou ter tido o sonho de ser matador de toiros: “Também tive os sonhos dele e vi-os nascer e crescer, os participantes deste colóquio”.

A culpa de não haver corrida mista é destes cozinheiros e por isso os jovens têm dificuldade em organizar. é de louvar esta resistência porque o espírito de combate é de louvar. Sempre houve toureio a pé em Portugal”, afirmou a meio do colóquio. 

A conversa fascinante deste colóquio relacionou-se muito com as dificuldades do toureio a pé no nosso país, mas com muita perseverança. Nuno Casquinha disse-nos que “todas as portas que se fecharam foram lições para ser mais humano, para continuar a acreditar e ter fé. Fizeram de mim mais forte e a pessoa que eu sou”. 

Joaquim Ribeiro “Cuqui” agradeceu o convite e a iniciativa: “Queria passar uma mensagem especial porque a associação que é ligada a um grupo de forcados e convida-nos, como toureiros a pé, a estar presentes. Sinto-me em casa”. 

O Tomás Bastos teve uma das melhores trajetórias de novilheiro dos últimos anos

Luís Vital Procuna, reafirmou a importância do toureio a pé que se prende ao investimento na nova geração, e ainda para mais Alcochete tem dois novilheiros com picadores: “Precisam da terra de Alcochete e a terra também precisa, São dois novilheiros a dar tudo. Temos de dar força ao toureio a pé. As escolas no ativo têm alguns miúdos e conseguem seguir com este sonho e alimentar este sonho dos miúdos. Vão aparecendo jovens. Mas cada vez há menos oportunidades para se poder tourear”.

Para “Cuqui”, o “toureio a pé é um pilar da tauromaquia portuguesa tal como o forcado. Se tentarmos tirar, é um erro bastante grave, tal como tirar um pilar a uma casa. A maioria dos bandarilheiros agora em casas dos cavaleiros tiveram o sonho de ser toureiros e passaram por escolas de toureio. O sonho do toureio a pé é bom que persista e continue. A panóplia que temos de toureiros e matadores é bastante positiva e temos demonstrado isso. O Tomás Bastos teve uma das melhores trajetórias de novilheiro dos últimos anos e é anunciado nas principais feiras de Espanha”.

O tema de conversa também foi de encontro à preparação física e mental dos toureiros.

Mostramos que temos o nosso lugar na tauromaquia nacional e a preparação é diária e intensiva, agora com o maestro Cuqui”, disse Gonçalo Alves, novilheiro nascido e criado em Alcochete. 

João D’Alva descreveu o seu desejo de ser toureiro com base no facto de que desde novo estava habituado a ver touros em Alcochete e nas influências de Procuna.

Simultaneamente, “Cuqui” afirma ter sentido esse desejo desde muito novo devido às vivências da Moita, em que “vivemos e respiramos tauromaquia. Brinquei com touros na rua um bocado pela mão do meu pai, nas largadas e corridas”.

O toureiro tem de estar preparado a nível de desportista de elite

Assim, Nuno Casquinha revela que ver o toureio a pé foi impactante, numa corrida com matadores em Vila Franca de Xira, na Palha Blanco. E a partir daí começou a sua paixão.

Nuno Velasquez desvenda que o toureio é a sua forma de expressar, pois “nunca soube jogar à bola e era no toureio que me sentia bem. As coisas foram-se tornando mais sérias, o animal foi crescendo. Foi uma vocação com processo natural. Tenho muito presente que os poucos momentos em que me senti capaz estava muito preparado fisicamente e mentalmente. Acho que é impossível funcionar ou estar bem sem essa preparação. O toureiro tem de estar preparado a nível de desportista de elite”. 

Por fim, Maurício do Vale concluiu a sessão, comentando que “se toureio a pé perde dinheiro toda a gente sabe. Se dá dinheiro, nem que seja mil euros, ninguém sabe. Os aficionados têm de saber pensar os problemas. Isto não pode ser uma aldeia global esquisita. Temos de respeitar a cultura. Precisávamos de reflexão, pensamento, força de vontade. E acima de tudo uma coisa que os anti-taurinos não têm, civismo. Nós os taurinos somos civilizados e respeitamos”. 

Artigo relacionado: Colóquio de cavaleiros reuniu plantel de luxo no Aposento do Barrete Verde

De acordo com o presidente da associação do Aposento do Barrete Verde de Alcochete, Rui Fonseca, o próximo colóquio será já em março, dia 16, e focado na figura do forcado.

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