“Em 2025, Vila Franca volta a ser Vila Franca”, promete Bernardo Alexandre, entrevistado pelo Tauromaquia.com.pt logo após a apresentação da temporada na Palha Blanco.
Este evento aconteceu ontem, dia 1 de março, pelas 15h, na praça de touros e mais propriamente, na zona do antigo restaurante “Redondel”.
“Acho que o desafio não foi propriamente a composição. Nós queríamos fazer tanto e tão bem, só queríamos criar o melhor para Vila Franca. E criar o melhor para Vila Franca significava ter por base o touro, que sempre foi a essência da afición desta praça, e depois conjugar isso com os melhores toureiros. Nem sempre foi fácil, porque os touros que escolhemos têm um trapio gigante, e as ganadarias também não são das mais fáceis. Mas acreditamos que conseguimos montar a temporada que queríamos”, começa por dizer Bernardo Alexandre, mencionando qual o maior desafio na composição dos cartéis.
Quando perguntámos qual seria a identidade e cunho pessoal que quer dar a esta praça, depois de Ricardo Levesinho, o novo empresário responde-nos que “não há um cunho pessoal definido, nem meu, nem do Ricardo Levezinho. Acho que há um cunho pessoal de Vila Franca. Há uma identidade própria desta praça. Foi aqui que eu cresci, que nasci, e todos nós fazemos parte deste projeto. Por isso, eu, tal como todos os vilafranquenses, sabemos aquilo que queremos.”
“Foi um desafio à altura de Vila Franca. Foi, sobretudo, uma aposta que fizemos pela Santa Casa da Misericórdia e pela nossa praça, que é a menina dos nossos sonhos. Mas também foi uma aposta da Misericórdia em nós, porque acho que viram um projeto irreverente da nossa parte e apostou também. Por isso, é uma aposta mútua.”, diz-nos sobre o acordo com o proprietário da praça para a poder gerir, e o tamanho do desafio que é Vila Franca.
Bernardo Alexandre: “Todos fazem parte deste projeto e todos elevam a nossa praça ao número 1 do país“
Acrescenta-se, que financeiramente também é um risco e um esforço conseguir que artistas e ganadarias percebam estas dificuldades. Além do fator da inflação, que afeta todos no geral. Quanto a isto, Bernardo afirma que foi de facto um risco e que “o momento dos ganadeiros, dos toureiros e da sociedade em geral é um grande desafio. Tivemos isso em atenção e, com a descida do IVA de 23% para 6% nos bilhetes das corridas de touros, criámos bilhetes especiais para a primeira corrida. Temos um valor médio por bilhete muito mais baixo do que o que vinha a ser praticado, precisamente porque queremos que toda a gente venha aos touros. Muitas vezes, essa margem recai sobre a nossa empresa, mas estamos confiantes de que as pessoas irão aderir e que será um sucesso para todos”.
Nesse sentido, a comunicação é também um fator que se envolve no sucesso de um evento e foi-nos referido que “todos os meios terão espaço para comunicar. Não apenas os tauromáquicos, mas também os generalistas. Quando comunicamos, aproximam-se de nós pessoas que têm interesse, e isso não significa que sejam apenas aficionados. Por isso, estamos abertos a todos e já estamos a comunicar para todos”.
“Sou mais um aficionado, como tantos outros que Vila Franca tem. Não sou diferente dos outros, tenho os mesmos sonhos. E foi nesse sentido que arrisquei e reuni esta equipa à minha volta. Sinceramente, neste momento, ainda não tenho palavras para descrever. Estou felicíssimo por a Santa Casa ter acreditado no nosso projeto, por os meus amigos terem aceitado o desafio e, principalmente, por termos esta casa tão cheia, nem havia lugar para tanta gente. É um ótimo sinal, um bom prenúncio. Acho que é começar com o pé direito. Espero que, no dia 4 de maio, a praça também esteja cheia”, é a apresentação de Bernardo Alexandre feita pelo próprio, e que para concluir deixa a seguinte mensagem: “Em 2025, Vila Franca volta a ser Vila Franca. Contamos com todos. Todos fazem parte deste projeto e todos elevam a nossa praça ao número 1 do país”.
Assim, “em 2025, Vila Franca volta a ser Vila Franca”, promete Bernardo Alexandre.
Fotografia: Nuno Almeida
Texto: André Nunes
