Évora: Bastinhas foi destaque na primeira da temporada, com a Arena D’Évora a ficar a escassos lugares de esgotar.
Assim, devido às condições e infraestruturas da praça de touros que agora é Arena D´Évora, nem a chuva nem o frio conseguiram com que o público não aderisse à primeira corrida de toiros da temporada.
Um público com garra e pronto para uma temporada nova
Destacar que a escassos minutos do início da corrida, havia ainda vários aficionados na fila das bilheteiras, ansiosos para ver a corrida.
Desde as típicas fotos às quadras de cavalos e selfies captadas com forcados e cavaleiros, até aos míticos stands de comida e bebida, a Arena já previa que iria ser alvo de enchente por uma quantidade enorme de aficionados. Nesse sentido, o que só me traz esperança para ver números a subirem esta temporada no que a assistências concerne. E nem o vento gélido a provocar voo de toldos e tendas tirou o sorriso aos que passaram por Évora neste grande dia.
O cartel
Anteriormente, durante a manhã, aconteceu o tradicional Concurso de Cernelhas, no âmbito da Festa do Forcado. Um Concurso que começou logo a juntar público no espaço eborense, e que teve como vencedor a dupla do Grupo de Forcados Amadores de Monsaraz. Assim, foi garantida a presença dos forcados de Monsaraz na corrida da tarde, juntamente com o Grupo de Forcados Amadores de Évora, como prémio.
Já como cavaleiros em completa ação tivemos Manuel Telles Bastos, Marcos Bastinhas e António Prates, frente a seis touros da ganadaria de São Marcos.
A Festa estava montada, a praça pronta, os cavaleiros a postos e o público apareceu. E ninguém se arrependeu!
A jornada dos protagonistas
O rei da Festa Brava, o touro, esteve muito bem nesta corrida. Os seis exemplares de São Marcos apresentaram diferentes tipos de capa, com destaque para o quarto e quinto, e foram igualmente distintos de comportamento, contudo não prejudicando acentuadamente o labor de cavaleiros e forcados.
Manuel Telles Bastos apresentou-se qualitativamente superior, comparativamente à temporada transata.
As suas duas lides foram positivas, contudo sem atingir o patamar de triunfo, principalmente devido a alguns toques na montada. Positivamente, assinalar a melhor interação que efetua com o público e o ritmo colocado nas atuações.
Por curiosidade, o cavaleiro celebrou o aniversário no dia desta corrida e teve a banda a tocar-lhe os parabéns, a compasso dos aplausos do público.
Bastinhas afirmou-se!
Marcos Bastinhas é, indiscutivelmente, um dos nomes maiores da atualidade tauromáquica. Sucessor de um legado ímpar, apresenta cada vez mais o seu cunho pessoal mesclando tradição e renovação na arte de tourear.
As duas lides de Marcos Bastinhas tiveram, ambas, duas fases distintas. Uma primeira fase mais clássica e templada, sendo que recebeu o seu primeiro touro com uma porta gaiola e uma segunda fase mais ritmada e vibrante. Não faltaram os já habituais pares de bandarilha, quer com ferros de palmo quer com bandarilhas curtas. Saiu sob apoteose do público.

Por fim, no que a cavaleiros concerne, António Prates esteve bem perante os seus dois toiros. Deverá melhorar a ligação ao público, para ser um cavaleiro que tem o “full package”. Assinalar que na sua segunda lide, um dos estribos caiu na arena. A situação, para quem monta a cavalo, causa algum desconforto para aquilo que é a coordenação motora do cavaleiro e a simbiose deste com o cavalo. Contudo, Prates não se mostrou afetado e após esse momento cravou dois ferros meritórios ao sexto toiro da corrida.
Quanto aos forcados, por Évora, foram à cara o cabo José Maria Caeiro (à segunda), João Maria Cristovão (à primeira) e Martim Lobo (à primeira, numa grande pega).
Pelos amadores de Monsaraz, pegaram o cabo João Tiago Ramalho, André Mendes e Miguel Valadas, ao primeiro intento.
Concluir uma tarde de toiros
Tendo a corrida sido positiva, há bastantes arestas por limar, por parte de cavaleiros e restantes intervenientes. Ainda assim, estando em início de temporada aconselha-se alguma condescendência esperando-se melhorias.
Elogiar ainda o ritmo da corrida, sem interrupções desnecessárias ou excessos nos tempos das lides e voltas de agradecimento.