João Moura Caetano: “Acho que temos de abrir os cartéis aos toureiros jovens”, defendeu o cavaleiro na noite de ontem.
A Praça de Touros Daniel Nascimento, na Moita, recebeu – ontem, 14 de Setembro, a terceira e última corrida de touros da sua tradicional feira taurina.
Uma feira taurina inserida nas Festas em Honra de Nossa Senhora da Boa Viagem.
Assim, frente a touros de Veiga Teixeira e Campos Peña, actuaram Gilberto Filipe, Manuel Telles Bastos, João Moura Caetano, Emiliano Gamero, Miguel Moura e António Telles [filho].
Destaque ainda para os forcados amadores do Ribatejo, Moita e Coruche.
O cavaleiro João Moura Caetano falou aos sites Infocul.pt e Tauromaquia.com.pt, no final da sua actuação.
“Tive muito gosto em aqui estar, regressar à Feira da Moita é para mim muito importante. O touro exigiu, tinha as suas teclas, mas era bravo, um touro que transmitia ao público, que honra a divisa da ganadaria Veiga Teixeira. Não era um touro para o Campo Pequeno [cavalo craque da sua quadra], porque era um touro áspero e violento por detrás, o cavalo gosta de tourear mais devagar, mas acho que o Gallo deu muito bem a volta. O público esteve muito entregue, o que é prazeroso para nós sentir o público desta maneira. Enganchei-o por detrás [ao touro] e o público sentiu. Foi uma noite que acho que correu bem e o público gostou, que é o principal”, referiu.
Seguidamente, abordou a sua temporada.
“Realmente abri o leque e toureei todo o tipo de touros, ganadarias, praças e cartéis. Acho que temos de abrir os cartéis aos toureiros jovens e não apenas cartéis com os meus colegas cá de cima [em termos de escalafón/mediatismo], mas há que abrir aos jovens. Isso é das coisas que eu mais batalho e tenho prazer, portanto acho que foi uma temporada importante, com muitas corridas, com todo o tipo de touros, nuns estive a gosto, em outros tive de apostar na minha faceta mais lutadora e mais poderosa. Mas, no geral, foi uma temporada muito positiva. Faltam ainda 7 corridas, sendo 4 em Espanha e 3 em Portugal, espero que continue na mesma senda, estou a trabalhar para isso“, destacou.
Por fim, abordou o mediatismo actual, sendo talvez a principal figura do meio tauromáquico na imprensa generalista.
“Estou muito bem graças a Deus, muito focado na minha profissão, porque foi o que mais lutei a minha vida toda para atingir este patamar e agora estou a desfrutá-lo com responsabilidade e a dar tudo para manter-me aqui. Quando se dá tudo o que se tem na profisssão, o resto também corre bem. Estou muito feliz e muito tranquilo“, disse.
Entrevista: Francisco Potier Dias
Fotografia: Roberto Pingas Rodrigues / Infocul.pt (arquivo)
Texto: Rui Lavrador