Francisco Palha quer continuar a arriscar em praça e elogia grandeza humana de Marcos Bastinhas em declarações aos sites Infocul.pt e Tauromaquia.com.pt.
O cavaleiro Francisco Palha actuou ontem em Elvas, na 2ª corrida integrada na Feira de São Mateus 2024.
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No final da corrida, em declarações aos sites Infocul.pt e Tauromaquia.com.pt, fez um balanço da corrida.
“Acho que a corrida em termos de apresentação esteve linda, acho que este ano houve poucas corridas assim tão bonitas. Touros muito bem apresentados, sem excesso de peso e morfologicamente lindos. Acho que a partir do meio da lide, em todos os touros, faltou ali um bocadinho, eles queriam, mas não podiam. Foram um bocadinho a menos. Mas o público acho que acabou por divertir-se e cada um dos toureiros, dentro do seu conceito e da sua forma, acho que estiveram bem, a malta viu e acabou por divertir-se“, destacou.
Para terminar a sua temporada ainda faltam, até ao momento, duas corridas.
“Ainda toureio amanhã [hoje] em Coruche e depois dia 6 em Vila Franca de Xira“, disse.
Ainda assim, aceitou fazer um balanço desta temporada.
“Para mim é sempre possível fazer um balanço nesta altura, em que estamos na fase final. Porém, o balanço deve ficar ao vosso critério, que são quem escreve sobre o tema. Mas sobre o balanço que tenho a fazer, eu sei perfeitamente o que tenho de corrigir, sei que às vezes é difícil ao aficionado e ao público que está na bancada, ver-me levar uma ‘porrada’, mas hão de continuar a ver durante muitos anos eu a levar uma porrada. Porque eu vou a um sítio onde me sinto bem e quando sai bem, transmite e transmite muito. Eu não sou capaz de abrir mais os meus caminhos só porque esteticamente fica mais regular. Eu sou um toureiro de risco, gosto de sentir o risco e a verdade é que quando sai, o público se emociona. A primeira porta gaiola, no primeiro touro, não é uma porta gaiola que veja todos os dias“, disse.
Seguidamente, revelou: “Sabe que eu estou a tourear sem um bocado da tíbia? Nesse touro, em Montemor, partiu-me um bocado da tíbia em baixo. Em Montemor estive na enfermaria até lidar o segundo touro, tomei morfina, para poder lidar o segundo touro e lidei-o. Passada uma semana toureei em Portalegre e portanto eu não parei. Mas pronto, umas injeções para as dores aqui, outras ali e vamos escapando“, disse, sorrindo.
Questionámo-lo ainda sobre a importância de tourear ao lado de Marcos Bastinhas em Elvas, dado a conhecida amizade entre ambos.
“Temos uma coisa óptima. Posso dizer-lhe que é dos poucos toureiros amigos em que eu torço mesmo para que as coisas lhe corram bem. Sei que se ele precisar de algo, pode contar comigo e se for eu a precisar, é a mesma coisa da parte dele. Posso-lhe dizer aqui, à boca cheia, que é um amigo com A grande. É um amigo de coração, não apenas ele como todo o entorno dele, há um bom ambiente. Há pureza! Às vezes falta pureza nas coisas e nele eu sinto que é um amigo grande e um gajo puro“, referiu.
Sobre a possibilidade de um mano-a-mano entre Francisco Palha e Marcos Bastinhas, disse: “Nós estamos sempre disponíveis para isso. Temos toureado com ‘quem aperta’. Ele tem a marca dele e a maneira dele tourear, eu tenho a minha, ele arrisca, eu arrisco. Portanto o mano-a-mano é quando o público quiser e os empresários assim o entenderem“.
Entrevista e Fotografia: Roberto Pingas Rodrigues
Texto: Rui Lavrador