“Passar mais um ano sem tourear em Portugal não tinha sentido”, afirma Diego Ventura. Palavras ditas ontem, dia 7 de março, no Salão Nobre da Junta de Freguesia do Montijo, aquando da apresentação da corrida de dia 12 de abril e das linhas mestras da temporada montijense, pela empresa Toiros com Arte de Jorge Dias e Samuel Silva.
Assim, num ambiente de afición e expectativa pela temporada 2025 da Praça de Touros Amadeu Augusto dos Santos, estivémos à conversa com a figura mundial máxima do toureio a cavalo, Diego Ventura.
Porque escolheu Montijo para este regresso a Portugal?
Foi uma coisa inesperada. Foi a empresa que quis contratar. E é uma praça que eu gosto muito em Portugal. É a cidade onde o meu pai nasceu, onde tenho muita família. E acho que era o sítio certo para voltar a Portugal. É uma praça onde tive grandes triunfos e adorava voltar.
“E, depois de tanto tempo, acho que é o momento certo de voltar”
O que representa para si tourear em Portugal?
Muitos sonhos, muita felicidade. Mas, sobretudo, a plenitude da minha carreira neste momento. Passar mais um ano sem tourear em Portugal não tinha sentido. E, depois de tanto tempo, acho que é o momento certo de voltar.
Como avalia o momento atual da tauromaquia em Portugal?
Não está fácil. Há muitos bons toureiros, muitas boas ganadarias. Há grandes empresários que estão a fazer um esforço grandíssimo para manter a nossa cultura. Mas o que é certo é que não é nada fácil. A maioria das corridas estão muito próximas umas das outras, e abrir os cartéis, fazer coisas diferentes, não é nada fácil.
Acho que, neste momento, Portugal precisa de coisas assim, de coisas diferentes, coisas que façam o público abrir os olhos e desfrutar de um dia de touros diferente. E acredito que esta corrida pode apoiar muito a tauromaquia em Portugal.
“Esta corrida tem a importância e a categoria que merece”
Há sempre a questão financeira, quando se fala no seu regresso a Portugal. Há alguma verdade que pede muito dinheiro ou o Diego não coloca a questão financeira como algo essencial na sua vinda a Portugal?
Não. Isso fica num segundo ou terceiro plano. Porque dinheiro eu posso ganhar em Espanha ou em qualquer outra corrida. Está claro que todos, que toureamos, gostamos de ser reconhecidos economicamente, mas há coisas muito mais importantes do que isso.
E, nesta corrida, especialmente, voltar a Portugal está muito acima de tudo isso.
O que tem faltado para tourear mais aqui em Portugal, sendo o Diego o expoente máximo no toureio a cavalo?
Acho que o reconhecimento. Voltar a Portugal neste momento acontece porque as coisas estão a ser reconhecidas. Esta corrida tem a importância e a categoria que merece.
E, sobretudo, acho que as pessoas estão com muita vontade de me ver aqui. E isso, para mim, é o mais importante.